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28 maio, 2010

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 28-5-10

Arqueólogos esperam revelar enigmas da tumba de Cao Cao


De acordo com pesquisa preliminar feita por arqueológicos chineses, a tumba do século 3 descoberta na província de Henan, centro da China, pertence a Cao Cao, famoso político, militar e escritor do período dos Três Reinos da China Antiga. O achado foi nomeado uma das seis maiores revelações arqueológicas do país em 2009 pela Academia de Ciências Sociais da China e desperta grande atenção do público. Embora algumas pessoas ainda tenham dúvida sobre a identidade do dono da tumba, especialistas dizem que vão continuar a escavação e a pesquisa das relíquias culturais encontradas no local.
A tumba de Cao Cao fica no sul da Aldeia Xigaoxue, no Distrito de Anyang, na província de Henan. O repórter da Rádio do Povo de Anyang, Jiang Tian, foi recentemente ao cenário de escavação para cobrir o evento. Ele introduziu:
"Ao oeste da tumba, há uma grande cova onde a terra já havia sido cavada para fazer um forno de tijolo rudimentar e, ao longe, pode-se ver a montanha Taihang. No cenário da escavação, foram descobertas duas tumbas paralelas, a Tumba No.1 e a Tumba No.2, distantes cerca de 20 metros uma da outra. Ambas já foram roubadas várias vezes. Agora ainda podemos ver uma caverna escavada pelos ladrões perto dos sepulcros."


Antes da divulgação do descobrimento da tumba de Cao Cao, a Aldeia Xigaoxue era apenas uma vila comum no centro da China. Pan Weibin, do Instituto de Pesquisa de Relíquias Culturais e Arqueologia da Província de Henan, estava escavando outras tumbas em Anyang quando um oficial local lhe disse que uma tumba na Aldeia Xigaoxue já tinha sido roubada por várias vezes e precisava de recuperação arqueológica e proteção profissional. Pan imediatamente dirigiu um grupo de arqueólogos para trabalhar na tumba de Cao Cao.
"Entre 2006 e 2008, a tumba foi roubada por várias vezes. Para salvar os objetos, nosso instituto conseguiu a autorização da Administração das Relíquias Culturais do país e começou a escavação em dezembro de 2008. Em exato um ano, conseguimos cumprir a primeira fase da escavação e atingimos progressos consideráveis."


De acordo com Pan, um dos êxitos mais importantes é a revelação da identidade do dono da tumba: Cao Cao. Ele viveu no período dos Três Reinos, uma época marcada por guerras frequentes e, por consequência, inúmeros heróis históricos. Nas gerações seguintes, surgiram diversas obras literárias, poemas e teatros exaltando a época e Cao Cao. Lendas ainda dizem que Cao fundou 72 tumbas falsas para prevenir o roubo de seus pertences após seu falecimento, o que causou uma discussão nacional sobre a identidade do dono da tumba depois de o grupo de Pan anunciar o resultado da escavação no final de 2009.
O arqueólogo e diretor do Instituto de Pesquisa Arqueológica da Academia de Ciências Sociais da China, Wang Wei, afirmou nunca ter imaginado que a escavação poderia se tornar uma "mania" nacional.


"Desta vez, tudo é bem diferente, porque o dono desta tumba é Cao Cao, uma personagem extremamente importante do período dos Três Reino e de muita importância na história da China Antiga. Então, especialistas, fãs, internautas, todos acompanharam a escavação com atenção, o que é muito bom, pois mostra a preocupação das pessoas com a preservação histórica e cultural do nosso país. Como arqueólogos, ficamos bastante lisonjeados."
O resultado da primeira fase das escavações depende da forma, do tamanho da tumba, das relíquias culturais escavadas e dos registros históricos sobre a localização da tumba de Cao Cao. O público queria saber mais detalhes, como a aparência da tumba, que relíquias foram descobertas e se é possível identificar o dono por tecnologia de DNA ou não.
Para responder as dúvidas, Pan Weibin publicou fotos dos trabalhos em um seminário. Segundo ele, durante sua carreira de mais de 20 anos, esta foi a primeira vez que ele descobriu uma tumba tão grande. Dentro do sepulcro de Cao Cao há um corredor de 39,5 metros, com uma sala em cada extremidade e mais quatro salas aos lados. A porta da tumba é ornamentada com esculturas em pedra delicadas, o que demonstra a alta técnica artística daquele período e a posição especial do dono.


Liu Zhendong, colega de Pan, pesquisador da história do sistema de funeral antigo do país, disse que vários detalhes indicam que a tumba data do fim da Dinastia Han do Leste. Os registros históricos no interior apontam que Cao Cao preconizou o estilo "Bo Zang", que significa um funeral relativamente simples.
"A tumba de Anyang tem muitas das características das tumbas da Dinastia Han do Leste, como um corredor principal, duas salas principais e quatro salas ao lado. A diferença fundamental entre as duas é que não há um salão circular, e as salas principais são quadradas. A tumba deve ter sido construída durante o fim da Dinastia Han do Leste, no período de transição do sistema de funeral da Dinastia Han à Dinastia Jin. Sabe-se que os funerais na época de Cao Cao tinham mudado radicalmente; anteriormente, os imperadores eram enterrados vestiando roupas feitas de jade para mostrar sua posição social especial, mas, na dinastia de Cao Cao, não há indícios de que usassem vestimentas do mesmo tipo."
Nas tumbas do avó e do pai de Cao Cao, arqueólogos encontraram roupas de jade, mas Cao Cao abandonou esta tradição luxuosa e promoveu um funeral relativamente simples. Pan explicou:
"A tumba de Cao Cao é bastante grande, mas as porcelanas ali descobertas são simples e pequenas, sem decorações delicadas. Os objetos feitos em ouro ou prata eram ornamentos pequenos para roupas. Não são artigos feitos especialmente para um funeral. Os artigos para sacrifícios também são feitos de pedra."


Na tumba No.2, além de inúmeras relíquias culturais, ainda foram encontrados vestígios de ossos humanos. De acordo com a antropóloga Zhang Jun, tratam-se de restos mortais de um homem com idade entre 60 e 70 anos e de duas mulheres, uma com mais de 50 anos e a outra em torno dos 20 anos. No entanto, ela acha que a realização do teste de DNA é quase impossível.
"Tentamos recolher material genético daquele homem que descobrimos na Tumba No.2. Os ossos não estão bem preservados, então não pudemos coletar uma amostra ideal para o teste. Além disso, a tumba já foi roubada várias vezes, o que não nos permite eliminar a possibilidade de contaminação do material. Fora isso, temos também dificuldade em encontrar descendentes de Cao Cao e em avaliar o cromossoma Y do material recolhido de pessoas mortas há mais tempo."
O diretor do Instituto de Pesquisa Arqueológica da Academia de Ciências Sociais da China, Wang Wei, afirmou que a identidade do dono da tumba é somente uma parte dessa descoberta. Arqueólogos esperam conhecer mais sobre a sociedade, a cultura e os costumes daquele período através da pesquisa da tumba de Cao Cao. O governo local também vai estabelecer um perímetro de proteção ao redor da tumba e planejar a exploração turística da região no futuro.

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