CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 6-7-10
Múmias achadas na Luz, em São Paulo seriam freiras carmelitas
Notícia surpreende arqueólogos; até então se pensava que apenas concepcionistas
Uma descoberta no Mosteiro da Luz, região central de São Paulo, surpreendeu os arqueólogos responsáveis por analisar as três múmias e oito esqueletos encontrados na capela funerária, em 2008. Em três dos seis túmulos havia objetos de freiras da ordem das carmelitas. Mas há mais de 200 anos quem vive no local são irmãs concepcionistas. E o que isso tem de tão espantoso?
Para os pesquisadores, a descoberta de dois escapulários do Sagrado Coração e de um manto mortuário marrom ? característicos da ordem das carmelitas ? representa comprovação rara do convívio entre as duas ordens na cidade, já a partir do século 18. "Os indícios podem ser a comprovação física da proximidade entre as freiras, pois não havia registros do enterro de irmãs de outras ordens na capela. Também representa ajuda entre as ordens em momentos difíceis, nas epidemias ou no cotidiano de pobreza da época", explica a historiadora Valdirene Ambiel, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), órgão responsável pelas pesquisas no mosteiro.
As intervenções arqueológicas no local, iniciadas em fevereiro de 2008, terminaram no mês passado. Até agosto, um relatório com as hipóteses e conclusões da equipe ? e com o inventário dos cerca de 1 mil objetos encontrados na capela ? será encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "O mais importante é o registro histórico, as pistas sobre os hábitos da vida monástica em São Paulo nos séculos 18 e 19, tema carente de documentação", diz Valdirene.
Entre os fatos descobertos estão as datas prováveis em que duas das freiras morreram, conseguidas após testes de carbono 14: uma morreu em 1880 e outra, em 1780 (há margem de erro de 40 anos). Como o convento foi fundado em 1774, os técnicos afirmam que ao menos uma é contemporânea de Frei Galvão (confessor das concepcionistas), canonizado em 2007.
A cor de outras vestes encontradas ? azul ? revela possibilidade própria do período histórico: a de as irmãs terem sido enterradas como leigas. "A praxe de concepcionistas ordenadas é serem enterradas de branco e com véu preto", diz a historiadora. "O que explica o indício de enterro como leigas é que não havia conventos femininos autorizados em São Paulo, apenas recolhimentos", não reconhecidos pela Igreja. Foi assim até o fim do Império."
Para o cônego Celso Pedro da Silva, procurador do Mosteiro da Luz, há "dúvidas" a respeito do material carmelita. "Não vejo polêmicas quanto aos escapulários, pois eram objetos de devoção de outras ordens também. O manto marrom é que causa estranheza, e vou pesquisar nos arquivos", disse. "Mas pode ser só "interpretação" dos arqueólogos. Duvido que carmelitas foram enterradas no mosteiro."
Hábitos. Mesmo sem acesso ao arquivo das concepcionistas ? não há autorização das irmãs para pesquisa ?, alguns hábitos foram revelados. Os cinco pares de sapato encontrados tinham solas desgastadas, "por uso intenso". As patelas ? nos joelhos das irmãs ? apresentavam patologias, pelas horas em que ficavam orando. Quatro freiras apresentaram queda dos dentes antes de morrerem ? sinal de dieta pobre em vitaminas. E ao menos uma era deficiente física, com "cifose na vida adulta", conforme assinala o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, também do MAE-USP. "Até o fim do ano, receberemos resultado de análises, para entender quem foram elas."
Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo
Museu ferroviário de Pires do Rio é revitalizado
Unidade da Agência Goiana de Cultura - Agepel, o Museu Ferroviário de Pires do Rio foi revitalizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura - Iphan. A inauguração da reforma do será às 18 horas de quarta-feira, dia 30. O Museu Ferroviário fica na Av. Cel. Lino Teixeira Sampaio, s/nº, Centro, em Pires do Rio.
Único local que ainda guarda acervos da memória da estrada de ferro de Goiás, o Museu Ferroviário de Pires do Rio foi oficina mecânica da Estação, uma das mais movimentadas da Rede Ferroviária Federal na década de 1919. O museu tem duas locomotivas a vapor, balanças, picotadores de passagens, documentos textuais e fotos de ferroviários. Objetos doados pelos piresinos também integram a coleção.
Com o espaço físico pronto, a Agepel prepara a revitalização da exposição Memória da Ferrovia em Goiás. Estão sendo providenciados um novo mobiliário, equipamentos e instrumentos expositivos modernos e eficientes, tudo para tornar a mostra mais atrativa e interativa. Painéis informativos, aparelho de DVD, televisor de plasma, produção de vídeo documentário para posterior exibição também fazem parte do projeto elaborado pela Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico da Agepel.
Célio Silva - Rádio Rio Vermelho
Agência Goiana de Comunicação
Ouro Preto terá reforço para preservar patrimônio
Ana Pacheco, da Fundação de Arte, que assina convênio amanhã
Patrimônio histórico da humanidade, Ouro Preto vai ganhar novo reforço de um grupo de adolescentes na tarefa de recuperar parte da memória da cidade. O trabalho é coordenado pela Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), que há cinco anos vem envolvendo meninas e meninos, moradores de área de grande vulnerabilidade social, na missão de resgatar valores culturais do município. A ideia é que eles se tornem, no futuro, alguns dos guardiões da história ouro-pretana. Amanhã, como resultado dessa proposta, 60 jovens, entre 14 e 17 anos, apresentam o projeto de conservação das partituras da Sociedade Musical São Jesus do Matozinhos, mais conhecida como Banda do Rosário.
Denominado "Conservando o Amarelão", os adolescentes desenvolveram a iniciativa durante o curso gratuito de Conservação e Preservação, da Faop, único do tipo na América Latina. Eles se propuseram a recuperar e manter protegido o rico acervo em poder da banda, considerada tradição da cidade. Fundada em 1932, ela conta com partituras datadas desde o final do século 19. São cinco estantes. Em cada uma delas há cinco prateleiras com 71 caixas, a maior parte de autores que viveram na região. "Será um trabalho árduo, mas grandioso", aposta a presidente da fundação, Ana Pacheco.
A ação é parte do programa núcleo de ofícios, da escola de Arte Rodrigo Melo Franco de Andrade (ARO), e, segundo Ana, tem como principal objetivo promover o desenvolvimento humano por meio do ensino da arte e da cultura, além de incentivar a inclusão social de jovens da rede pública de ensino. Um dos propósitos é direcioná-los para inserção no mercado cultural, com entendimento e capacidade de visão empreendedora. "Começamos a notar que quem mora em Ouro Preto não valoriza esse patrimônio. Os adolescentes não se reconhecem como cúmplices dessa riqueza”, afirma Ana, acrescentando que a fundação oferece cursos técnicos gratuitos para essa geração. “É uma forma de a gente trabalhar com a identidade desses meninos e meninas". São dois anos de curso e, nos seis últimos meses, eles apresentam algum projeto. A última turma fez um plano de conservação dos jornais Pasquim, da coleção da fundação
Desta vez, os alunos propuseram a preservação do acervo da banda. “É um retorno de que eles estão entendendo os valores que a cidade tem. Além de limpar e higienizar as partituras, eles vão organizá-las. A ideia é de que eles busquem e proponham esse tipo de serviço a outras irmandades. Estamos formando pessoas que se tornarão guardiões de patrimônio, memória e história”, disse Ana.
Os jovens ficaram tão motivados, que uma das alunas, Dany Timberlake, de 19 anos, criou uma página na internet para divulgar o trabalho do grupo, a www.conservandoamarelao. blogspot.com. “Isso valoriza o acervo e a banda, não deixando de lado algo interessante para a cidade e para sua população”, comentou Dany.
Amanhã, os 60 jovens assinam o convênio entre a fundação e a diretoria da banda, para que o trabalho seja colocado em prática. Algumas partituras apresentam fungos, estão sujas, já que há, entre elas, objetos como garrafas plásticas, instrumentos musicais estragados e roupas velhas. Em até seis meses, a promessa é de que tudo isso esteja organizado e conservado.
Luciane Evans - Estado de Minas
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
1 Comentários:
Às 10:07 AM , Valdecy Alves disse...
Olá, leia artigo sobre importância de preservar o patrimônio histórico, comente e se for o caso concorra a R$ 1.000,00 em prêmios. Acesse: www.valdecyalves.blogspot.com
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