CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 28-7-10
A história nos trilhos: investimentos em turismo ferroviário chegam a R$ 17 milhões
Com uma malha ferroviária de 30 mil quilômetros, atualmente existem no Brasil 20 trens destinados ao turismo, espalhados por oitos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para o Ministério do Turismo, investir em políticas de incentivo ao turismo ferroviário se tornou uma necessidade
Desde a extinção da Rede Ferroviária Federal em 2007, os trens desativados em todo o Brasil ganharam uma nova destinação. Muitos deles hoje percorrem trilhos por lugares históricos ou de grande apelo turístico em diversas regiões do país, transportando passageiros em viagens que podem durar horas ou até mesmo dias. Para atuarem com fins turísticos, muitos desses equipamentos como vagões e estações precisaram ser restaurados e revitalizados. A chegada de inúmeros pedidos de recursos ao Ministério do Turismo - MTur resultou no desenvolvimento de uma política de restauração e utilização desses equipamentos para incentivar o Turismo Ferroviário.
Com uma malha ferroviária de 30 mil quilômetros, atualmente existem no Brasil 20 trens destinados ao turismo, espalhados por oitos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para o Ministério do Turismo, investir em políticas de incentivo ao turismo ferroviário se tornou uma necessidade. De acordo com a coordenadoria-geral de Serviços Turísticos do MTur, esses pedidos para recuperação de vagões e estações férreas são feitos como forma de alavancar o turismo em destinos onde já existem atividades turísticas. Mas essas restaurações e investimentos buscam também o apelo histórico, cultural e artístico desses trechos.
“Esses pedidos acabavam esbarrando nos procedimentos, pois esses investimentos também dependem de diversas áreas do governo federal. Com a desativação da Rede Ferroviária Federal restou um vasto patrimônio em equipamentos. O objetivo principal de incentivar esses projetos não é só o transporte de locomoção turística, mas pela vivência do trajeto e o apelo desses trechos em termos culturais. É o resgate desse trajeto em locomotiva de época, relacionado com o cunho histórico, cultural e de entretenimento que surge ao se fazer a viagem de trem”, ressalta Rosiane Rockembach, coordenadora-geral de Serviços Turísticos do MTur.
Os investimentos em projetos turísticos ferroviários do Governo Federal, entre 2004 a 2009 chegaram a R$ 17 milhões. Em 2010 foi liberada apenas uma autorização para operação de linhas turísticas e já existem quatro pedidos em análise na Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).
Meta é desburocratizar
Os pedidos continuam e, para desburocratizar o processo, em fevereiro deste ano o MTur formou o Grupo de Trabalho de Turismo Ferroviário, coordenado pelo MTur com integrantes do Ministério dos Transportes, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e da Inventariança da extinta Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA).
O trabalho desse Grupo passa por diversas ações destinadas a recuperar, requalificar e preservar trechos ferroviários em atividade ou desativados em todo o país. “A melhor forma de preservar e manter viva a memória ferroviária é deixar o trem funcionando. Você preserva o sistema ferroviário como um todo, fazendo com que a estação não seja descaracterizada”, aponta José Cavalcante, Coordenador Geral do Patrimônio Ferroviário do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que acompanha as ações do GT.
A primeira ação do Grupo foi o lançamento da “Cartilha de orientação para proposição de projetos de trens turísticos e culturais”. A publicação traz os requisitos exigidos por cada órgão para aprovação de um projeto de trens turísticos e culturais. Além de uma lista dos documentos necessários para requerer uma autorização de transporte não regular de passageiros com finalidade turística.
“Essa cartilha, em um primeiro momento, dará orientações quanto às exigências para esse tipo de atividade. Mas ela também fará um diagnóstico de onde estão as dificuldades encontradas pelos municípios e, por último, auxiliará no processo de fomento, identificando onde o próprio Grupo de Trabalho poderá auxiliar esses interessados”, explica o coordenador.
Cavalcante ressalta ainda que, “no momento em que todas essas instituições se unem para fazer esse trabalho, cada uma em sua competência, é uma garantia de que grande parte das exigências será obedecida”.
Os caminhos
Os Itinerários das linhas turísticas ferroviárias trazem ao conhecimento dos passageiros trajetos e trilhas percorridas pela história de um Brasil de diferentes paisagens. A definição dos trajetos sempre é auxiliada pelas operadoras que, por meio de parcerias com ONGs e Institutos, podem também dar informações sobre os melhores roteiros. É o caso do Instituto Estrada Real (IER) em Minas Gerais. A ONG foi criada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e busca junto com as operadoras de trens turísticos liderar o desenvolvimento integrado do turismo, de forma sustentável.
Em Minas Gerais os passageiros podem voltar ao século XVIII, quando o estado era considerado o centro econômico da colônia, e conhecer as cidades históricas da Estrada Real, caminho percorrido por escravos e pelo ouro. A Estrada Real tem mais de 1600 km de patrimônio, formado por montanhas, natureza, cultura e arte. Percorrer a Estrada Real é reviver o passado conhecendo cidades como a antiga Villa Rica, hoje Ouro Preto, Mariana, Tiradentes e Diamantina.
Os itinerários no estado podem ser em uma Maria Fumaça de São João Del Rei a Tiradentes. Em 35 minutos, a maria-fumaça mostra aos turistas as paisagens do Campo das Vertentes de Minas, onde estão fazendas centenárias. Quatro locomotivas percorrem os 12 quilômetros que separam as duas cidades históricas. Uma das locomotivas tem mais de 100 anos de atividade.
Ouro Preto a Mariana - Com uma velocidade média de 20km/h, a Maria Fumaça faz um trajeto de pouco mais de uma hora que liga as cidades de Ouro Preto a Mariana. São duas locomotivas a vapor e cinco vagões revitalizados em 2006 e com capacidade para 360 passageiros, sendo um deles panorâmico.
Trem da Estrada Real - Opção para quem quiser conhecer pelos trilhos a história da Estrada Real. São 14 km em duas horas e quarenta minutos. O trem sai da cidade de Paraíba do Sul e vai até o distrito de Cavaru. No trajeto, os turistas passam por pontos turísticos como a ponte Dr. Leopoldo Teixeira Leite, construída pelos ingleses em 1895 e conhecida como “Ponte Preta”.
Trem do Pantanal
Mas se os passageiros buscarem um passeio com mais paisagens naturais, o passeio do trem do Pantanal é uma opção diferenciada. O trem foi reativado em 2009 e o trajeto percorrido por ele pode durar até sete horas. São aproximadamente 220 quilômetros passando pelos municípios de Campo Grande, Aquidauana e Miranda. São nove vagões que comportam até 400 passageiros. Pontos Turísticos como a Casa do Artesão e no Memorial da Cultura Indígena, uma construção toda de bambu localizada na Aldeia Urbana Marçal em Campo Grande e até mesmo ao município de Bonito conhecido internacionalmente por lindas cavernas, lagos, lagoas e rio de águas cristalinas. O trem do Pantanal estava desativado há 18 anos.
A viagem em um trem turístico pode ter um custo compatível com a exigência do passageiro. Os trechos em classes econômicas custam em média R$ 40 reais, mas podem chegar a mais de R$ 50 reais em uma classe turística ou a mais de R$ 100 em um camarote ou classe executiva.
Trem de luxo
Para quem deseja ainda mais conforto, basta embarcar nos vagões de Luxo que percorrem os municípios de Paranaenses de Curitiba e Morretes. O primeiro trem de luxo do Brasil promove uma viagem por paisagens de enormes plantações, rios, cânions e serras, em um ambiente refinado com móveis de madeiras nobres e decoração temática. A viagem mais longa no vagão luxo tem pacotes que podem ultrapassar os R$ 2 mil por pessoa.
Agência T1, por Gisele Barbieri
O decreto que oficializa o ato foi publicado hoje, dia 20
O espaço onde teve início o povoamento de Cubatão está oficialmente tombado. O decreto de número 9.566 de 12 julho de 2010, assinado pela prefeita Marcia Rosa e publicado nesta terça-feira, dia 20, tornou o núcleo histórico denominado Largo do Sapo patrimônio histórico de Cubatão.
O Tombamento compreende a Praça Coronel Joaquim Montenegro, assim como o conjunto de casarios, situado no mesmo endereço sob os números 70, 76, 80, 84, 88, a edificação situada na Praça Coronel Joaquim Montenegro, 34, cujo uso atual é permitido ao "Teatro do Kaos", bem como a edificação situada na Avenida Nove de Abril,1.205, cujo prédio pertenceu a antiga Associação de Socorros Mútuos e foi sede da primeira Prefeitura do Município como patrimônio histórico municipal. Com o tombamento, toda e qualquer alteração, reforma, restauração ou ampliação da área deverá ser autorizada previamente pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão (Condepac).
De acordo com o presidente do Condepac de Cubatão, Welington Ribeiro Borges, "a preservação histórica do Largo do Sapo reflete a importância que o local representa para a Cidade, para a sociedade cubatense e sua história". Borges ressalta que a assinatura do Decreto de Tombamento pela prefeita Marcia Rosa demonstra o comprometimento da Administração Municipal no fortalecimento da identidade cultural. "Destacamos que os proprietários dos imóveis não serão prejudicados e não ficarão impedidos de fazer eventuais reformas para sua manutenção", finaliza.
Largo do Sapo - O local, atual Praça Coronel Joaquim Montenegro, recebeu este nome no início do século XX por causa da enorme quantidade de sapos que havia no local. Naquela época, ali morava a elite cubatense. Um exemplo disso foi a presença do presidente Washington Luís, que sempre que vinha a Santos parava na residência do casal Bernardo Pinto e Izolina Couto, para descansar. No Largo do Sapo também já foi instalado o Porto Geral, nos idos do século XVII, local de grande importância devido ao fluxo de pessoas e mercadorias entre Santos e São Paulo.
Outros bens tombados - Monumentos do Caminho do Mar; Prédio da Biblioteca Municipal de Cubatão; telas pintadas pelo artista Jean Ange Luciano; Locomotiva a vapor Henschel prefixo 915 e carro de passageiros, e Grupo Rinascita de Música Antiga de Cubatão (tombado como bem imaterial e cultural).
Texto: Ana Borges
Foto: Rodrigo Fernandes
Autor: Postado por Departamento de Imprensa
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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