CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 27-9-10
Arqueólogos de Universidade Hebraica descobrem camarote do rei Herodes
Foi divulgado nesta quarta-feira (15), pelo jornal “The Jerusalem Post”, que arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriram o camarote do teatro do rei Herodes (aproximadamente 73 a.C.-1 a.C.).
As escavações revelaram o teatro em 2008. Construída durante um período de luxo, a peça mede cerca de oito metros e ficava na parte superior da edificação. O Museu de Israel planeja abrir os sítios arqueológicos para a visita em 2011.
O espaço provavelmente recebia hóspedes do rei, seus amigos e familiares. Ao menos os que ainda estavam vivos: Herodes assassinou membros de sua família, massacrou rabinos e, mesmo cercado de bajuladores, dificilmente possui algum amigo verdadeiro.
Sua crueldade lhe valeu um lugar em “Os Ditadores Mais Perversos da História” (Planeta, 2004), livro que apresenta atrocidades cometidas por 15 governantes.
Iphan vai periciar relíquias mineiras em poder de colecionadores
Arte sacra à vista. Os mineiros terão a oportunidade única de presenciar um trabalho de perícia, apreciar peças importantes do barroco e fornecer mais dados sobre objetos sacros que estavam em mãos de colecionadores. O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipan) em Minas, Leonardo Barreto de Oliveira, informou ontem que vai deixar em exposição um conjunto de 28 peças sacras que, conforme investigações dos ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE), em andamento desde 2004, pertenceriam a igrejas, capelas, mosteiros e outras instituições religiosas. Por determinação da Justiça Federal, o conjunto será analisado por especialistas para identificação da procedência e origem.
“Vamos pedir apoio das polícias Federal e Militar, para que o acervo seja visitado, em total segurança, na sede do Iphan, na Casa do Conde, em Belo Horizonte”, afirmou Leonardo. A mostra deverá começar tão logo os herdeiros do empresário Arthur Valle Mendes, o Tuca Mendes, falecido em 1997, entreguem mobiliário, imagens, quadros, esculturas e outras obras, conforme a decisão do juiz da 10ª Vara Federal, Fabiano Verli. O Iphan vai receber também a imagem do Bom Jesus da Paciência ou Cristo da Paciência, atribuída a Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-1814), em poder do colecionador paulista Renato de Almeida Whitaker.
Na segunda-feira, por telefone, Whitaker, de 69 anos, disse que vai pedir à Justiça que a perícia da peça de sua coleção seja feita em São Paulo (SP), onde reside e onde ela se encontra. “O Iphan é órgão nacional, então há uma sede aqui na capital paulista. Assim, não seria necessário que a imagem fosse transferida para Belo Horizonte”, alegou. Para Leonardo, isso implicaria custos adicionais ao trabalho pericial. “A Justiça determinou que o Iphan de Minas execute o serviço. Se fosse de outro jeito, teríamos que gastar com a viagem de oito técnicos”, disse. Por determinação do juiz, o trabalho será executado também por profissionais do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) e do Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis (Cecor), da Escola de Belas Artes/UFMG.
Whitaker é considerado o maior colecionador do país de peças atribuídas a Aleijadinho. “São mais de 50 e todas estão do jeito que são, não foram restauradas”, explica. Ele contou que a peça, de 85cm de altura, que pertenceu à Matriz de Nossa Senhora da Piedade, de Rio Espera, na Zona da Mata, foi adquirida de Tuca Mendes, em 1988. “Na década de 1970, para comprá-la, houve autorização do então bispo de Mariana. Não vejo nada de ilicitude nisso”, afirmou.
De acordo com parecer técnico elaborada, em 2005, por especialistas do Iepha/MG, havia “em Rio Espera uma imagem sob a invocação do Senhor da Paciência, produzida do século 18 e atribuída a Aleijadinho. Durante a construção da atual matriz, e mesmo depois do seu término, a peça teria ficado sob a guarda de uma família da cidade que, mais tarde, por medida de segurança, devolveu ao pároco local, que a depositou na Casa Paroquial. Depois da devolução, a notícia é de que ela teria sido trocada, por volta de 1970, por um veículo da marca Mercedes-Benz. Em data não esclarecida, um colecionador de BH tentou adquirir, na cidade, esculturas sacras, em especial a imagem da padroeira Nossa Senhora da Piedade”.
Investigações
As apurações em Minas estão a cargo do coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico/MG, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, e da Procuradora da República Zani Cajueiro. No conjunto de imagens, mobiliário, fragmentos de talha, cofres e outras, há outras esculturas atribuídas a Aleijadinho e um quadro de autoria de Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde (1762-1830). A intenção dos autores da ação é que, tão logo seja concluída esta primeira parte do processo, ajuizar nova ação para que as obras de arte retornem aos seus locais de origem. Marcos Paulo destacou que “São bens inalienáveis, portanto, intransferíveis, a não ser com autorização do Papa. Se houve venda, provavelmente foi ilícita e feita de maneira clandestina, pois não sabemos sobre qualquer autorização do Vaticano”.
Pitangui
A promotora de Justiça de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas, Adriana Júlia de Souza, destacou ontem, em Belo Horizonte, os grandes avanços na recuperação do patrimônio arquitetônico da cidade, que é a sétima Vila do Ouro de Minas. Ela citou exemplos de ações desenvolvidas e que têm a intervenção direta do Ministério Público Estadual, entre elas a restauração de vários imóveis e limite na circulação de veículos pesados no Centro Histórico, para evitar danos ao conjunto arquitetônico tombado. O coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, Habitação e Urbanismo (Caoma), Luciano Badini, considerou “absolutamente exemplar” a condução dos trabalhos em Pitangui.
Estado de Minas
MAM é exemplo de acessibilidade no País
Museu de Arte Moderna de São Paulo: Com espaços sem barreiras, oferece cursos inclusivos
Graduada em Artes Visuais, Viviane Sarraf, de 31 anos, começou na faculdade a explorar outros sentidos para tornar a arte acessível e apreciável por deficientes. Hoje especialista e consultora em acessibilidade de museus e centros culturais, ela aponta o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) como referência, um dos "raros modelos de museu totalmente acessível" no País.
"Todos os acessos do museu são livres de barreira e eles também têm vários programas e cursos inclusivos", diz Viviane. O Jardim das Esculturas é seu espaço preferido. "Foi feito um projeto arquitetônico com trilhas que facilitam tanto o acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida quanto de idosos. Deficientes visuais podem tocar as obras e há visitas guiadas."
Ana Bizzotto - O Estado de S.Paulo
Marcadores: cultura, patr. cultural, patr. histórico
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