ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

30 setembro, 2008

NATUREZA

No início da Primavera, paulistanos revelam gosto pelas flores
Apesar de ser a terceira cidade do mundo em quantidade de prédios e dos seis milhões de veículos rodando nas ruas, São Paulo tem alguns refúgios para os admiradores da natureza. Na Primavera, a beleza e o colorido das flores despertam em algumas pessoas o interesse pelas plantas.O "Mercadão" de São Paulo abre espaço para os admiradores de orquídeas. Alguns, aproveitam a oportunidade de aprender mais sobre a planta. Calcula-se que existam 20 mil espécies de orquídeas no mundo e 2.500 só no Brasil. O interesse pela beleza e pelo cultivo aumenta cada vez mais. Mas, a Primavera também chega para mudar ambientes e costumes. A estação está apenas começando e não vão faltar oportunidades para que o morador da capital esqueça um pouco da correria do dia-a-dia e admire os presentes que a natureza oferece.
Wallace Andrade
Canção Nova Notícias, SP
Portugal - Um passeio mais 55
Os campos de azinheiras do Parque de Natureza de Noudar, símbolos de robustez, vitalidade e resistência, disponibilizam a todos os maiores de 55 anos experiências únicas no Programa + 55.
Pensando em todos aqueles que, já seniores, mantêm um espírito jovial e aberto, com vontade de se dedicarem a actividades novas e diferentes, o Parque de Natureza de Noudar apresenta o Programa + 55 , propondo experiências únicas e momentos inesquecíveis de descanso e lazer.
Este programa possibilita a exploração de diversos módulos - pintura, fotografia, passeio, culinária, dança, meditação, jardinagem, observação da natureza, falcoaria - adaptando as potencialidades do Parque aos diferentes interesses de todos os reformados que nos queiram visitar.
Para começar reúna um grupo de amigos reformados, composto por 6 a 16 elementos. Decidam qual o módulo mais adequado aos interesses do grupo. Escolham as datas, que não coincidam com um fim-de-semana e com uma duração de 3 a 4 dias.
Ficamos à espera... venham daí!
Guia da Cidade


Bento XVI apela ao respeito pelo meio ambiente
O respeito pelo meio ambiente foi a tónica dominante do discurso que Bento XVI dirigiu aos cerca de 400 participantes no encontro promovido pelo "Centro Turístico Juvenil" e pelo Departamento Internacional do Turismo Social, por ocasião do Dia Mundial do Turismo.
A Organização Mundial do Turismo, escolheu para este ano o tema «O turismo enfrenta o desafio da mudança climática».
“A humanidade tem o dever de proteger este tesouro e de lutar contra o uso indiscriminado dos bens da terra”, sublinhou o Papa. “Sem um adequado limite ético e moral, o comportamento humano pode transformar-se em ameaça e desafio. A experiência ensina que a gestão responsável da criação faz parte, ou pelo menos assim deveria ser, de uma economia saudável e sustentável do turismo”.
Bento XVI destacou que o uso impróprio da natureza e o abuso da cultura das populações locais “causam prejuízo também ao próprio turismo”. Pelo contrário, “respeitar o ambiente quer dizer também respeitar a si mesmo e aos outros”.
O Papa chamou a atenção para a necessidade, sobretudo no âmbito do turismo, “grande desfrutador da natureza”, “de que todos saibam usar, com equilíbrio, o nosso habitat, que é a nossa casa comum e das futuras gerações”.
“A degradação ambiental pode ser detida com a difusão de uma cultura comportamental apropriada, que compreenda estilos de vida mais sóbrios”. O Papa propôs uma educação para a ética de responsabilidade “com propostas mais construtivas para assegurar o bem das gerações futuras”.
Bento XVI recordou que a Igreja partilha, com as instituições e organizações, o compromisso por um turismo social que “promova a participação das camadas mais frágeis”, fazendo do turismo “um instrumento válido de luta contra a pobreza e tantas necessidades, defendendo os recursos e promovendo a igualdade”.
Este tipo de turismo, acrescentou Bento XVI, representa um motivo de esperança para um mundo.
Por fim, o Papa convidou os jovens, para que, através das devidas instituições de turismo, sejam “protagonistas e incentivadores de um maior apreço e defesa da natureza, numa correcta perspectiva ecológica”.
“Cabe também às novas gerações a tarefa de promover um turismo saudável e benéfico, que se oponha ao consumismo e ao esbanjamento dos recursos da terra”, de forma a “abrir espaço para gestos de solidariedade e amizade, de conhecimento e compreensão”. Assim, destacou Bento XVI, “o turismo pode tornar-se instrumento privilegiado de educação à pacífica convivência”.
Agência Ecclesia



Brasil ganha portal de turismo ferroviário
Clube Amantes do Trem reúne informações, benefícios e programas de turismo ferroviário.
“Ói! Ói o trem, vem surgindo detrás das montanhas azuis, ói o trem”. Os versos de Raul Seixas na música “O trem das sete” correram o risco mesmo de ser apenas imaginação de poeta, já que o transporte ferroviário no Brasil deixou de ser prioridade faz tempo. Apesar da malha ferroviária obsoleta, esse tipo de transporte nunca deixou de ter admiradores e agora eles podem comemorar o lançamento do portal “
Clube Amantes da Ferrovia”.No portal estarão reunidas informações sobre o universo ferroviário mundial. Ele também vai servir para lançar no mercado brasileiro a BWT Operadora como a empresa especializada no segmento. “Nosso foco é oferecer em um único lugar todas as informações e serviços pertinentes a esse universo”, explica Adonai Arruda Filho, diretor do Clube e diretor comercial da Serra Verde Express (concessionária de trens turísticos no Paraná) e da Great Brazil Express (primeiro trem de luxo do Brasil). Os amantes dos trens poderão comprar os pacotes pelo site, assim como se associar ao clube. A adesão ao clube dará direito a descontos não apenas nos trens mas também nos estabelecimentos que fazem parte dos roteiros.Atualmente, estão disponíveis no portal treze pacotes. Os valores dos pacotes não incluem o transporte da cidade de origem até onde começa o passeio. A interação no portal vem por parte de um blog, onde os visitantes do site poderão contar suas viagens e experiências nos trens. O portal não estará restrito a trens turísticos e os fãs das ferrovias terão informações também sobre os trens de carga, trens de transporte e trens urbanos. No começo, só estarão disponíveis informações sobre os trens brasileiros e argentinos, mas até o final do ano os dados de outros pontos do mundo deverão estar disponíveis.
Fernanda Castello Branco
iG Turismo



Especialista em Ecologia diz que usinas hidrelétricas são insustentáveis


O professor titular da Universidade Autônoma de Madrid (UAM), Juan Pedro Ruiz Sanz, é uma referência na Comunidade Européia em Ecologia Humana. Sanz é membro do Grupo de Estudos em Ecologia Humana.
Ele defende uma nova ética coletiva sobre o meio ambiente que deverá proporcionar acordos para o surgimento de limites ao estilo de vida consumista da atual sociedade global, o que sem dúvida, é a principal fonte de impactos ambientais de enorme magnitude.
Esses processos afetam ciclos biogeoquímicos fundamentais para nossa sobrevivência. Transformar, por exemplo, florestas em cidades ou manguezais em hotéis de luxo são alguns dos fatores causadores de impactos ambientais.
No Brasil, coordena projetos em Sarandi, com a plantação de árvores frutíferas nos quintais das residências em Florianópolis, capital de Santa Catarina, na urbanização das favelas.
Além desses projetos, financiados pelo Ministério de Educação e Ciência da Espanha, percorre o mundo desenvolvendo atividades com aplicabilidade em projetos de intervenção sócio-ambiental, como por exemplo, os de reciclagem participativa de lixo orgânico na Costa Rica, Nicarágua, Colômbia e de etnobotânica em Cuba.
O Diário: Como você analisa a produção de energia no País?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Na teoria, a energia elétrica é relativamente sustentável. Na prática, e principalmente nos países sul-americanos, os megaprojetos são claramente insustentáveis. As grandes empresas pensam em projetos grandes para concentração de muito dinheiro e, com isso, surgem muitos problemas ambientais e sociais.
O Diário: Qual a solução?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Uma grande questão é descentralizar a energia em pequenos pólos, como a hidrelétrica, eólica e solar. Era utopia, mas estudos recentes demonstram que se pode integrar a produção nas cidades. Este problema é político e econômico, e não há nenhum interesse em criar esses pequenos espaços de produção. Temos que ter uma educação ambiental real, que se torne muitas vezes produto de marketing político, como ocorre também na Europa.
O Diário: E como podemos mudar essa realidade?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Por meio de uma ética coletiva que precisa se desenvolver por meio de reflexões e debates gerados nas comunidades, qualquer que seja o nível, um bairro, uma cidade, uma região, ou mesmo discussões globais travadas pela comunidade internacional.
O Diário: As discussões globais funcionam?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Muitas vezes não. Podemos citar, por exemplo, o processo de controle de alteração climático (Protocolo de Kyoto) tem óbvias limitações em sua capacidade de minorar o problema. Mesmo assim, tal acordo não foi assinado pelo maior poluente do planeta, os Estados Unidos da América, quenão têm interesse.
O Diário: Os problemas ambientais dos países desenvolvidos são diferentes dos nossos?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Na Europa e em outros países desenvolvidos há mais tecnologia, mais conhecimento, a população participa muito pouco, embora exista muita legislação e fiscalização, e as pessoas cumprem à risca. Lá ( na Europa) os órgãos de fiscalização medem diariamente as emissões de gases poluentes dos veículos. Nos países em desenvolvimento existe mais pobreza, menos estudos, menos recursos, muitos problemas locais, como contaminação, e não há capacidade política para resolver esses problemas. No entanto,a consciência ambiental das pessoas dos países em desenvolvimento é muito melhor.
O Diário: É possível manter esse desenvolvimento econômico sem agredir o meio ambiente?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Agora não, os modelos econômicos de consumo são insustentáveis. Muita gente pensa que para mudar a forma de vida deva ocorrer uma catástrofe ambiental. Os problemas ainda são muitos distantes para que nossa geração pague o preço.
O Diário: E qual seria esse novo modelo na economia?
Juan Pedro Ruiz Sanz: O que a humanidade efetivamente necessita, no que diz respeito à questão ambiental, é da criação de um novo sistema econômico, com um duplo objetivo: satisfazer as necessidades humanas, sem a geração dos impactos ambientais inerentes ao modelo econômico atual. Queremos e necessitamos de mais empregos, é certo, mas que tipo de empregos devemos criar? Pecuária na floresta amazônica ou cinturões verdes de agricultura orgânica no entorno das cidades? Fábricas de automóveis ou de bicicletas?
O Diário: Mas esta mudança de paradigmas não é difícil?
Juan Pedro Ruiz Sanz: É necessário advertir que essas mudanças não são fáceis de se produzir. Consumir é prazeroso, e o aumento da renda em colossos como o Brasil, China ou Índia, conduz rapidamente ao consumismo. Consumismo, aliás, que já é uma deprimente realidade nos países ricos.
O Diário: É utopia falar em acabar com aquecimento global?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Neste sistema econômico atual é impossível acabar com o aquecimento global. Temos que ter uma economia mais descentralizada, mais desmaterializada que não gere tanta poluição. Existe uma metáfora médica que pode exemplificar a questão: as pessoas estão fumando e bebendo além do que o organismo pode suportar. Para resolver o problema, especialistas dizem para diminui a quantidade dessas drogas. É isso que está ocorrendo com o mundo, estamos diminuindo muito pouco os venenos que estão acabando com o planeta. A temperatura está aumentando e, se continuar ,vamos ter queda no cultivo de alimentos como a soja, por exemplo.
O Diário: Há um viés evolutivo nesses problemas ambientais?
Nós evoluímos para perceber e atacar problemas de um horizonte temporal imediato: conseguir comida, nos defendermos de animais ferozes, etc. Impasses de um horizonte mais amplo e mais abstrato, como o aquecimento global, não surtem a preocupação que a sua magnitude sugere.
O Diário: Esta mudança passa pela ética individual?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Entendemos que a ética individual deve estar relacionada ao desenvolvimento de uma ética coletiva, construída a partir de uma análise crítica dos interesses econômicos, políticos, sociais e culturais sobre o meio ambiente.
O Diário: Qual a ênfase de seu grupo de estudos?
Juan Pedro Ruiz Sanz: No Grupo de Estudos em Ecologia Humana da Universidade Autônoma de Madrid, damos ênfase a duas categorias de pesquisas interligadas: estudos ecológicos dos impactos humanos da biosfera; bem como estudos antropológicos sobre diversos aspectos da experiência humana individual e coletiva e sua influência sobre a biosfera. Outro enfoque muito importante é o da história ecológica, tanto de grupos humanos como o da espécie como um todo.
O Diário: Você acha que os problemas devem se tornar mais visíveis do que já são?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Em um cenário realista, é provável que problemas oriundos da degradação ambiental tenham que se tornar ainda mais agudos, visíveis e virulentos, para que a humanidade comece a trilhar os passos econômicos para uma limitação democrática e consensual do consumo.
O Diário: A Ecologia Humana não é um pouco catastrófica?
Juan Pedro Ruiz Sanz: De qualquer modo, a Ecologia Humana não é catastrofista. Pensamos que processos comunitários autenticamente democráticos são a melhor garantia para melhorias sociais e ambientais. Velhos termos (mas de modo algum obsoletos) como democracia, educação e justiça são os que possuem mais valor, num mundo complexo de slogans publicitários, onde o ?meio ambiente? geralmente não passa de instrumento vazio de marketing. A esse respeito, pensemos, por exemplo, no exagero do uso dessa expressão nas campanhas para as prefeituras brasileiras, sem que de fato propostas sejam apresentadas. O enfoque ecológico do estudo de impactos ambientais, em paralelo ao enfoque antropológico de estudos sobre a experiência humana ? esses, o cerne da Ecologia Humana ? têm uma enorme aplicabilidade em projetos de intervenção sócio-ambiental.
O Diário: Como a sociedade pode contribuir de forma efetiva para a melhoria do meio ambiente?
Juan Pedro Ruiz Sanz: Os meios de comunicação têm um papel fundamental para essa mudança de paradigma. Existem muitos veículos sensacionalistas, principalmente na Europa, que só visam tragédias e fofocas. Se o tema ecologia fosse tratado pela imprensa como são os outros, consegueríamos mudar a consciência das pessoas. A comunidade também deve participar mais dos problemas ambientais e em parceria com as entidades governamentais traçar ações a serem implementadas a curto, médio e longo prazos. A população também deve partir para resolver os problemas visíveis, como o que está ocorrendo em Sarandi, com o plantio de árvores frutíferas no quintal das casas. Também é necessário cobrar as autoridades para que promessas se revertam em ações.
Felipe Nunes
Diário do Norte do Paraná Online

São Paulo-SP - Pesquisadora da UNESP de Sorocaba mostra situação preocupante do reservatório Billings
A Unesp Sorocaba foi uma das representantes do Brasil no 14º Congresso Ibero-americano de Limnologia, realizado há duas semanas em Huelva, na Espanha. No encontro científico, que reuniu pesquisadores de Espanha, Portugal e de alguns países da América Latina, a pesquisadora do Grupo de Estudos Ambientais da Unesp Sorocaba, professora Viviane Moschini Carlos, apresentou os resultados de dois trabalhos realizados no reservatório Billings, de São Paulo.
Um desses trabalhos apresentados por Viviane, realizado em parceria com o Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, estudou a dinâmica do fitoplâncton no reservatório. "Este trabalho discute aspectos relativos à qualidade da água da Billings, no ponto de captação, sob enfoque físico-químico e biológico, relacionando a comunidade fitoplanctônica com as variáveis ambientais", explica a professora.
As coletas, realizadas em entre maio e novembro de 2005, serviram para analisar uma série de parâmetros relacionados com a qualidade da água, tais como temperatura, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, pH, nitrogênio e fósforo total e clorofilas-a, b e c, entre outros. Com esses dados foi possível calcular o Índice de Estado Trófico (IET), que a Cetesb utiliza para classificar corpos de água de acordo com a quantidade de nutrientes que ele apresenta e os efeitos desses nutrientes quanto ao aparecimento e ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas (eutrofização).
De acordo com os cálculos realizados pelos pesquisadores, a água do reservatório foi classificada como "mesotrófica", o que significa que há um aporte grande de nutrientes orgânicos sendo descarregado no corpo de água, sobretudo oriundos de esgoto doméstico não tratado. Segundo a pesquisadora, a variação sazonal do fitoplâncton observada reflete o uso de produtos químicos (algicida - sulfato de cobre, e o oxidante - peróxido de hidrogênio), utilizado para controlar a floração de algas, próximo ao ponto de captação de água destinada ao abastecimento público.
O segundo trabalho apresentado por Viviane, realizado em parceria com o Instituto de Biociências do Departamento de Ecologia da Universidade de São Paulo e com o Laboratório de Ficotoxinas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas também da USP, analisou a qualidade da água transposta do Braço do Taquacetuba (Billings) para o reservatório Guarapiranga, que atende a cerca de quatro milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo.
Neste caso, foi dado ênfase às cianobactérias e às cianotoxinas. As cianobactérias podem produzir odor e sabor desagradável e desequilibrar ecossistemas aquáticos. Algumas delas podem mesmo liberar toxinas que não podem ser retiradas da água pelos sistemas tradicionais de tratamento nem com fervura. O aumento anormal da quantidade de componentes nitrogenados e fosfatados na água (como os presentes em esgoto doméstico) favorece a floração desses tipos de algas, também conhecidas por "algas azuis" ou "cianofíceas".
Na pesquisa do Braço do Taquacetuba, Viviane realizou duas coletas de amostras de água, uma no verão e outra no inverno, em 2007, as quais foram submetidas a análises químicas, físicas e biológicas. O resultado dessas análises permitiu classificar a água como "eutrófica-supereutrófica", ("supereutrófica" é a segunda pior classificação) cujo resultado mais crítico foi observado no mês de julho. "Neste mês a floração foi muito mais significativa, refletindo uma menor transparência da água e maiores valores de sólidos totais, material em suspensão orgânico, clorofila-a e densidade de cianobactérias", explica Viviane.
A pesquisadora reforça que os resultados colhidos são preocupantes. "No Braço do Taquacetuba, não há tratamento ou manejo da água que é revertida para o reservatório Guarapiranga", afirma ela. Os resultados também surpreenderam os congressistas que assistiram à apresentação de Viviane, em Huelva. Isso porque, segundo a professora, a quantidade de algicida (como o sulfato de cobre, composto tóxico para seres humanos) lançada aos reservatórios é alta demais, além de perigosa.
Para a pesquisadora, isso reflete a política pública não comprometida com a proteção e a recuperação dos mananciais. "Na Europa se trabalha atualmente com a 'Qualidade Ecológica da Água', que faz parte da Diretiva Marco da Água, voltado à recuperação de ecossistemas aquáticos. Aqui, infelizmente ainda estamos mais degradando que recuperando".
E a professora dá indícios do caminho que o país precisa trilhar: construir novas estações de tratamento de esgoto, maximizar a operação de algumas que já estão instaladas, mas que não operam com total capacidade, proteger a mata ciliar, evitar que famílias fixem moradia nas proximidades dos mananciais e evitar que o esgoto contamine esses reservatórios. "Sugerimos que seja realizado um monitoramento mais intenso e que sejam tomadas medidas mais eficientes, como a redução da carga orgânica que entra no reservatório. Isso evita a causa do processo de eutrofização e o conseqüente desenvolvimento de cianobactérias e suas cianotoxinas", finaliza.
Unesp
Universia Brasil

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