ENTRESSEIO

s.m. 1-vão, cavidade, depressão. 2-espaço ou intervalo entre duas elevações. HUMOR, CURIOSIDADES, UTILIDADES, INUTILIDADES, NOTÍCIAS SOBRE CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS, AQUELA NOTÍCIA QUE INTERESSA A VOCÊ E NÃO ESTÁ NO JORNAL QUE VOCÊ COSTUMA LER, E NEM DÁ NA GLOBO. E PRINCIPALMENTE UM CHUTE NOS FUNDILHOS DE NOSSOS POLÍTICOS SAFADOS, SEMPRE QUE MERECEREM (E ESTÃO SEMPRE MERECENDO)

02 fevereiro, 2009

CULTURA, PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRICO - 02-02-09

São Paulo-SP - Móveis de empório de 120 anos viram patrimônio
As prateleiras, os balcões e os detalhes do forro da mercearia Casa Godinho, fundada em 1888 na rua Líbero Badaró, no Centro velho, serão tombados pela prefeitura. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) iniciou anteontem o processo de tombamento desses itens. As prateleiras são de imbuia. A partir de agora, as instalações do imóvel não podem sofrer modificações sem o aval da prefeitura, segundo o Jornal da Tarde. O Conpresp também tem planos de tombar o edifício em que está a Godinho, o Sampaio Moreira.
Edifício onde está a Casa Godinho também poderá ser tombado luisa santosa/destakDestak

São Paulo-SP - Edifício Vilanova Artigas - degradação
O estado de degradação a que se viu conduzido o Edifício Vilanova Artigas, sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), é fato que se alinha entre os crimes contra o patrimônio da humanidade. Reconhecido internacionalmente por seu caráter inovador, surpreende por seu estado atual. Regularmente nele são ministrados cursos de restauro e preservação de bens culturais. Hoje parecem esquecidos os princípios que regem os graus de intervenção em monumentos históricos, a saber: preservação, conservação, reparo e restauração.
Preservação entende-se como atividade permanente, referida, por vezes, como "lição de casa". Conservação vincula-se à profilaxia, como detecção imediata de vazamentos ou imunização de componentes suscetíveis a ataques de térmitas. Reparo constitui intervenção mais complexa, a exemplo da substituição de elementos degradados, preservando-se sempre harmonia do conjunto. Por esse método e seguindo a sequência referida, provavelmente não se tornará necessária atingir o terceiro e mais complexo grau de intervenção: a restauração.O conceito moderno de restauração foi formulado por Camillo Boito (1836-1914) em 1883, durante congresso realizado em Roma. Os princípios essenciais em que se baseia esse conceito foram assim sumarizados por Renato Bonelli."

1. Os monumentos têm valor não somente para o estudo arquitetônico, mas como uma evidência da história dos povos e das nações e, portanto, devem ser respeitados uma vez que qualquer alteração é enganosa e conduz a deduções erradas.
2. Os monumentos devem ser consolidados antes que reparados; reparados antes que restaurados. Adições e renovações devem ser evitadas.
3. Se adições forem indispensáveis por razões de estabilidade ou por outras razões absolutamente necessárias, elas deveriam ser executadas com base em dados seguros e com diferentes características e materiais, mantendo-se, ao mesmo tempo, a aparência do edifício.
4. Adições feitas em diferentes épocas devem ser consideradas parte do monumento e conservadas, salvo se forem causa de obstrução ou alterações."A doutrina conheceu uma difusão muito lenta. Somente em 1931, na Conferência Internacional de Restauração de Atenas, seus princípios foram consagrados. A sistematização e a modernização desses conceitos devemos a Giovannoni (1873-1947), seu principal propagador e um dos mentores da Carta de Atenas. Para Giovannoni, o monumento não pode ser dissociado do seu meio. É conceito de entorno. A condição de monumento se estende à cidade.
Cesare Brandi (1906-1988), arquiteto e crítico de arte, foi um dos responsáveis pela fundação do Instituto Central de Restauro de Roma, instituição onde se formulou uma Teoria do Restauro, impropriamente chamada "restauração científica". Nela vamos encontrar uma definição de restauração, geralmente aceita como mais abrangente: "Restauração de uma obra de arte pode ser definida como o reconhecimento metodológico de uma obra de arte em sua forma física e em sua dualidade estética e histórica, com vista à sua transmissão ao futuro." Após considerar diversos fatores intervenientes, Brandi acrescenta que "o equilíbrio desses requisitos, frequentemente opostos, conduz ao segundo princípio de restauração: deve-se visar o restabelecimento da unidade potencial da obra sem cometer uma falsificação artística ou histórica e sem obstruir qualquer traço da existência da obra ao longo do tempo".
Em nosso país é hábito percorrer caminho inverso ao proposto por Camillo Boito em 1883. No geral, começamos pela restauração e, ainda assim, quando pressentimos ruína iminente. Justificativa usual: "Não há verba." Nem interesse pela cultura, poderíamos acrescentar.
Esther von Plehwe, uma das responsáveis pelo projeto conhecido pela sigla IDEAS (Investigation into Devices against Environmental Attack on Stones), conclui com a afirmação: "Deve-se voltar toda a atenção para a guarda e o cuidado dos monumentos valiosos a fim de eliminar o mais cedo possível qualquer causador de danos. Muitas vezes, medidas relativamente simples, como retirar um ninho de pombas ou consertar uma calha, já são de grande utilidade. Nem sempre é necessário um especialista. Um olhar sempre atento e o interesse em conservar a herança cultural podem, com frequência, contribuir para evitar outras medidas maiores de conservação.
"A França tem desenvolvido políticas de diagnóstico precoce dos problemas de seus monumentos. Trata-se da "surveillance automatique", da qual participam indistintamente todos os organismos oficiais. Os programas habituais do Departamento de Obras são correntemente utilizados na preservação dos monumentos, a exemplo da auscultação e diagnóstico sônico. Há muito os franceses constataram que a prevenção é muito mais econômica do que reparos e reconstruções.
Em sua vasta obra de referência, imprescindível para estudiosos de arquitetura, Viollet-le-Duc (1814-1879) afirma: "A forma deriva de uma razão", ou expresso de outro modo, "toda forma tem uma razão". Cumpre ao arquiteto desvendar as razões que deram origem a uma forma.
Alois Riegl (1858-1905), autor de O Culto Moderno dos Monumentos, sua Essência e sua Gênese, propõe: "Se não existe valor de arte eterno, mas somente relativo, moderno, então o valor artístico de um monumento não é mais um valor de evocação, mas valor atual."Ruskin (1819-1900), por sua vez, entende que não somos proprietários do bem construído: "A obra tem autor, é certo, mas, a partir da criação, o autor deixa de ter direito exclusivo. A obra passa a ser da sociedade."Sumarizando, podemos concluir com Viollet-le-Duc: a forma na obra de Vilanova Artigas deriva de uma razão. Seu valor não é apenas de evocação, mas de grande atualidade. Seu trabalho no campus não pertence exclusivamente à USP. É legítimo patrimônio da humanidade, a quem devemos prestação de contas.
Benedito Lima de Toledo é professor titular da FAU-USP
Estadao.com.br

Rio vai tombar 88 jardins de Burle Marx
SÃO PAULO - A prefeitura do Rio vai tombar o conjunto de obras que Roberto Burle Marx, considerado um dos maiores paisagistas do século passado, legou à cidade. Dos 88 jardins já inventariados, 22 estão em imóveis privados, sem acesso público. A decisão foi anunciada pelo subsecretário de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design do Rio, o arquiteto Washington Fajardo. Segundo ele, o processo deverá ser concluído em 20 dias. Então, faltará apenas a assinatura do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Mas o tombamento não basta. Fajardo reconheceu a necessidade de um mecanismo para garantir a conservação dos bens. Ele afirmou que pretende criar um fundo com objetivo de assegurar recursos para manutenção.
A gente não pode deixar de tombar pelo fato de hoje não ter dinheiro para isso. Não podemos mais perder acervos.
Para Fajardo, o tombamento é uma forma de reconhecimento da responsabilidade do poder público.
Também é um ato simbólico, comemorativo, mais uma das homenagens, disse, referindo-se ao centenário de nascimento do paisagista. Segundo ele, a plasticidade das obras de Burle Marx alcança grau de erudição, é única, inaugural.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadao.com.br

Belo Horizonte-MG - Peças sacras recuperadas passam por análise

Renato Weil/EM/D.A Press - 27/01/2009
Iepha e MPE estão catalogando peças sacras que foram roubadas e recuperadas
Um precioso tesouro, com quase 300 peças dos séculos 17, 18 e 19, começou a ser explorado, na manhã desta terça-feira, em Belo Horizonte, por equipes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) e Ministério Público Estadual (MPE). Fruto de apreensões da Polícia Civil e guardada ao longo dos anos num galpão no Bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul, a maioria dos objetos pode pertencer a igrejas e capelas da capital e região metropolitana.
O serviço representa a primeira etapa de um programa de catalogação de bens encontrados, no estado e, na sequência, está a tentativa de identificação do acervo para retorno aos locais de origem. Com esse conjunto, cerca de 500 peças estão nas mesmas condições e mantidas nas reservas técnicas dos museus Mineiro, em BH, e da Inconfidência, em Ouro Preto, na Região Central, aguardam tratamento idêntico.
Muitas peças do acervo impressionaram a equipe, como as lanternas de prata do século 18 usadas em procissões; crucifixos de metal com inscrições em árabe e outras com incrustações em cristal lapidado; imagens de santos de vários tamanhos; missal escrito em latim, com vistosa capa vermelha e letras douradas; cálices artisticamente trabalhados; coroas de prata típica da festa do Divino Espírito Santo; e diversos tipos de alfaia (paramentos de templos católicos)."Temos muito trabalho pela frente, pois estamos cadastrando peça por peça. Para cada uma delas, será aberto um processo administrativo", disse a gerente de Identificação do Iepha, Angela Canfora, que coordena, há um ano, na instituição, o programa de identificação, recuperação e devolução de bens culturais desaparecidos.O trabalho começou logo cedo, com o registro fotográfico dos objetos sacros, e a pesquisa, no computador, para ver se havia alguma referência no banco de dados do Iepha e da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico/Ministério Público Estadual (CppC/MPE). "Só encontramos algumas semelhanças, nada ainda certo. A partir desse inventário que fazemos, ficará mais fácil localizar a procedência das peças", disse Angela. Tão logo termine o serviço no galpão, previsto para durar até sexta-feira, a direção do Iepha vai providenciar a divulgação do material.Os contatos para realização do cadastramento foram feitos entre coordenador do CppC, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, e o delegado Décio Araújo Filho, responsável pela seção de bens apreendidos (Sebap) da Polícia Civil.
Serviço
Quem tiver informações sobre bens desaparecidos pode entrar em contato com o Iepha/MG por telefone: (31) 3235-2800; pelo e-mail:mailto:faleconosco@iepha.gov.br; ou enviar carta para Praça da Liberdade, s/nº - Edifício Setop - 4º andar - CEP 30.140-010 - Belo Horizonte - MG
UAI


Barra Mansa-RJ - Criação do Parque das Ruínas de São João Marcos volta a ser debatido
Na manhã de ontem, o prefeito Raul Machado (PR) se reuniu com o diretor do Instituto Light, Mozart Vitor Serra, e com o diretor do Instituto Cultural Cidade Viva, Fernando Portella. A reunião, realizada no gabinete do prefeito, tratou do projeto de criação do Parque das Ruínas de São João Marcos, desenvolvido através de parceria dessas instituições com a prefeitura.Estiveram presentes na reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Jacir Justo Correa, o secretário do Governo, Leonardo Reis Machado, e o vice-prefeito, Sebastião Inácio Rodrigues, o Tico-tico.A execução do projeto já foi iniciada. A primeira parte da escavação no local já teve início e contou com o trabalho de arqueólogos do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB). Pelo projeto, há a previsão da construção de um módulo de apoio à visitação com banheiros, lanchonete e uma pequena administração; e de um centro de visitantes, onde haverá uma exposição permanente com fotos, artefatos e a maquete da antiga cidade. O objetivo do projeto é criar um pólo de turismo cultural no município de Rio Claro. A criação do Parque das Ruínas de São João Marcos é possível graças a um convênio firmado entre a prefeitura e a Light, através do Instituto Cultural Cidade Viva. O diretor do instituto Mozart Vitor Serra, diz que o local será um projeto único e de grande repercussão. “Pessoas de todo o estado serão atraídas para Rio Claro. Este é um projeto único e muito importante para o desenvolvimento do turismo”, conta Mozart.Ele ainda cita que também há a previsão do paisagismo da área do parque e o reflorestamento de uma região do entorno. “Está prevista a recuperação da cobertura vegetal da região, além da criação de uma lavoura cafeeira, como forma de relembrar a atividade da época”, explica Mozart.O prefeito citaz que o local será estruturado para receber turistas interessados em conhecer a região, considerada de grande valor histórico-cultural. “O parque trará a história de São João Marcos no próprio local, onde tudo aconteceu. Será uma oportunidade de contar essa história”, resalta o prefeito.O parque ficará na margem da RJ-149, que liga Rio Claro a Mangaratiba. De fundo, terá a Represa de Ribeirão das Lajes. Raul destaca que a revitalização da RJ-149 será fundamental para sua estruturação. “O acesso do turista acontecerá por meio dessa estrada. Vamos articular no Governo do Estado a sua pavimentação”, salienta.O projeto tem a supervisão do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que detém a guarda de todo o material achado. No parque, já foram trabalhadas as áreas onde ficavam a prefeitura, o teatro, a cadeia, o matadouro, a Igreja Matriz, a Igreja do Rosário, o Marco do Bicentenário, entre outras.Para compor o material de exposição sobre a antiga cidade, a intenção do prefeito Raul é levar o acervo, que está na Casa de Cultura de Rio Claro, para o futuro parque. Segundo ele, o material sofre riscos, já que o atual local não tem condições de manter um acervo tão importante. Além do Parque das Ruínas, a Light demonstrou grande interesse em uma parceria para o tombamento da estrada que liga a Ponte Bela a São João Marcos.
A Voz da Cidade

Santo André-SP - Paranapiacaba terá oficinas para restaurar a vila
Preocupados com a manutenção dos imóveis históricos de Paranapiacaba, serão criadas oficinas regionais para formar jovens restauradores. A notícia foi divulgada nesta quarta-feira (28), após uma reunião entre a subprefeitura e o Instituto do Patrimônio Histórico do ABC. Com a aprovação do Ministério da Cultura, o programa terá verba de R$ 231,3 mil, que serão repassados pelo Governo Federal durante os três anos previstos das oficinas. O objetivo, segundo a vice-presidente do Instituto, Ana Gedankien, é recuperar a história da vila. “O maior patrimônio de Paranapiacaba é a vila em si. A restauração dos imóveis deve ser permanente, assim como sua manutenção. Além disso, as pessoas também são parte integrante da história local”, afirma. “Esta região representa muito para o Estado e conta uma parte importante da história do desenvolvimento do País”, lembra. Ainda sem data prevista para ter início, a intenção é que jovens, principalmente em situações de risco, aprendam técnicas de restauro de vitral, cerâmica, pintura, madeira e gesso a partir de aulas práticas e teóricas, ministradas em diferentes pontos do ABC, incluindo Paranapiacaba. Inicialmente são esperados cerca de 100 alunos com idade entre 16 e 24 anos. “Nossa intenção é abrir as inscrições já a partir do próximo mês e focar os jovens, pois se não criarmos mecanismos para ocupa-los, eles facilmente acabam se perdendo. Teremos alunos de todas as cidades, mas daremos prioridade para os moradores de Paranapiacaba”, comenta o subprefeito da vila, que também compreende o Parque Andreense, Eduardo Sélio Mendes Junior. Além das oficinas, o Instituto pretende levar à região projetos que abranjam temas como a água e o ensino. TurismoPensando em fomentar o turismo na região, o subprefeito afirma que a partir do próximo ano o calendário de eventos em Paranapiacaba deverá ser mais completo. “As pessoas tem de saber que não temos apenas o Festival de Inverno, que outras atividades são oferecidas aqui também, como trilhas e outros esportes radicais”, comenta. Junior confirmou ainda que o Festival está confirmado para este ano e que seguirá os mesmos moldes das edições passadas.
Aline Bosio
Repórter Diário

Penedo-AL - Telhado de casarão histórico desaba
O telhado de um casarão tombado pelo patrimônio histórico em Penedo (169 km de Maceió) desabou hoje pela manhã. No local, funcionava uma padaria. Segundo a Superintendência do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em Alagoas, o Corpo de Bombeiros irá elaborar um laudo sobre o desabamento. Ninguém ficou ferido. O casarão faz parte de um conjunto arquitetônico tombado pelo Iphan no centro histórico do município. O Iphan não soube informar quando o casarão foi construído nem o estilo arquitetônico. O município, fundado em 1565 na margem do rio São Francisco, tem prédios ainda da época colonial, além de construções representantes da arquitetura modernista. A superintendência vai instaurar um procedimento interno para acompanhar a reconstrução do casarão. A chefe da Divisão Técnica do Iphan em Alagoas, Viviane Oliveira, disse que o proprietário do prédio terá que reconstruir o telhado seguindo a mesma técnica construtiva original e os mesmos materiais. O dono do casarão, José Machado, é secretário de Governo da Prefeitura de Penedo. Ele não foi localizado nesta quarta-feira. Penedo é uma das 26 cidades brasileiras que recebe recursos do Projeto Monumenta, programa de preservação do patrimônio histórico financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). (Folha online)
Diário do Pará

Brasília - Arruda diz não ter verba para praça projetada por Niemeyer em Brasília
BRASÍLIA - Anunciada como estrela do cinquentenário de Brasília,
a Praça da Soberania, elaborada por Oscar Niemeyer e sob investigação do Ministério Público do Distrito Federal, já não conta com recursos garantidos do governo do Distrito Federal. O governador José Roberto Arruda (DEM), que queria iniciar as obras este ano para, em 2010, inaugurá-la em grande estilo na festa de aniversário da cidade, alega agora não ter recursos para executar o projeto.
A assessoria de Arruda informou nesta quarta que ele aguardará a manifestação dos brasilienses sobre o projeto. Cercada de polêmicas, a praça enfrenta a desaprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O projeto, feito por Niemeyer a pedido do governador, prevê um obelisco triangular de cem metros de altura, um prédio curvo no térreo, um estacionamento subterrâneo para 3 mil carros e um imenso calçadão de concreto ao redor do conjunto arquitetônico. A praça seria, segundo o Iphan, uma ameaça ao tombamento da cidade. A construção de edificações sobre os canteiros centrais da Esplanada dos Ministérios é vedada por um decreto do próprio governo do Distrito Federal. No início da semana, o Ministério Público deu prazo de dez dias para que Arruda e o Iphan prestem esclarecimentos sobre a controversa construção.
O Globo

São Paulo-SP - Casa das Retortas em São Paulo abrigará museu
Local erguido em 1889 terá mostra permanente sobre o Estado de São Paulo

Complexo foi citado em todos os planos de revitalização da cidade de São Paulo

SÃO PAULO - Tem vocação para feitos grandes esta Casa das Retortas, construída em 1889 na frente do Parque D. Pedro II, no Brás, zona leste de São Paulo. Durante quase um século, suas caldeiras produziram 200 mil m³ de gás todos os dias, principal combustível da crescente metrópole. Nas retortas - recipientes onde era depositado o carvão mineral -, temperaturas de até 1.320 graus, em galpões de 40 metros de altura. Ao seu redor, o início da industrialização de uma cidade, num bairro com vocação, desde sempre, ao trabalho operário. É esse conjunto de edifícios, resistente testemunha dos primórdios da indústria no País, que o governo do Estado escolheu para abrigar um novo museu, com nome definido e autoexplicativo: o Museu de História do Estado de São Paulo, onde se pretende unir uma história hoje contada aos pedaços.
"Já era hora de termos um museu que contasse, num só local, a história do nosso Estado, hoje disponível aos pouquinhos, encontrada nos diversos outros equipamentos culturais da cidade", disse o secretário adjunto da Cultura, Ronaldo Bianchi. "No museu, o visitante vai encontrar uma exposição permanente sobre São Paulo, desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais." As obras de adaptação do espaço - declarado de utilidade pública ontem, em decreto do governador José Serra (PSDB) publicado no Diário Oficial - foram orçadas em R$ 52 milhões e devem começar em abril. A previsão da Secretaria de Estado da Cultura é que o novo museu seja inaugurado em março de 2010.
O projeto museológico e museográfico, ainda não definido, ficará a cargo da Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento, que entrou com R$ 20 milhões para a realização do projeto. "As primeiras reuniões para definição do que será mostrado na exposição permanente e nas temporárias serão realizadas no início da semana que vem", disse Bianchi. O curador contratado pela Fundação Energia e Saneamento é o jornalista e historiador Roberto Pompeu de Toledo.
O projeto de restauro da Casa das Retortas, tombada pelo Estado e pelo município, foi realizado pelo arquiteto Paulo Bastos e está sob análise dos órgãos de proteção do patrimônio nas duas esferas. "Manteremos as características originais, acredito que não haverá problemas", disse o secretário.
Além do museu, será criado, num prédio anexo dentro do terreno de 19 mil m², um centro de documentação da história da política no Estado - provisoriamente chamado de SPDoc -, que reunirá acervo documental sobre os principais políticos de São Paulo. Criado em parceria com o Arquivo Público do Estado de São Paulo, o novo centro de pesquisa histórica será instalado numa segunda fase do projeto, até dezembro de 2010.
Desde que deixou de ser utilizada para extração de gás, no final da década de 1970, a Casa das Retortas já foi sede de órgãos da Secretaria Municipal da Cultura até ser desocupada, em 2000. Alvo de invasões e com parte da fachada de tijolos aparentes pichada, o complexo foi citado em todos os projetos de revitalização do entorno do Parque D. Pedro II, região degradada da capital, desde o final da década de 1980. Para os mais diversos fins: já esteve cotada a Museu da Cidade, do Folclore e até do Futebol. "A diferença é que agora tem nome e dinheiro já captado. As obras vão começar, com a demolição de alguns galpões, garagens construídas nos últimos anos em 30 dias", garantiu Bianchi.
O conjunto de edifícios fica na frente do antigo Palácio das Indústrias, em obras para instalação do Museu da Criança desde 2007. "Aguardamos apenas o início do ano letivo para abrir, provavelmente na metade de março", disse Bianchi.
A construção de uma passarela sobre a Rua da Figueira, que separa os dois museus - o da Criança e o da História do Estado de São Paulo -, também está prevista. "Uniremos educação e história num complexo museológico que servirá para revitalizar todo o entorno."
Estadao.com.br

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